Palmas – TO

A cidade tem mais de 24 mil crianças entre 0 e 6 anos, de acordo com o último Censo. Trabalhar com foco em suas necessidades é não só atender uma parcela significativa, de mais de 11% da população local. É também evitar gastos sociais maiores e elevar os ganhos para toda a sociedade no futuro. O dinheiro aplicado em cuidados com as crianças volta para a sociedade na forma de economia com programas sociais, taxa de violência menor, nível salarial maior (que se traduz em produção maior de riquezas e mais impostos para manter os programas do governo).

No caso das crianças do município de Palmas, os indicadores mostram as seguintes prioridades:

 

SAÚDE

 

>> Mais de 6 em cada 10 mortes de bebês na cidade poderiam ser evitadas com ações mais eficientes de assistência a gestantes e ao recém-nascido, melhores condições de parto, diagnósticos e tratamentos mais precisos ou ações de promoção da saúde.

 

Como a cobertura da Estratégia Saúde da Família já chega a quase 95% da população, é preciso, além de ampliar o alcance da política, também focar numa melhor qualidade do atendimento, já que ele pode influir em várias questões ao mesmo tempo: alerta para risco de violência contra crianças, incentivo à matrícula na creche e aleitamento materno, ampliação dos cuidados contra obesidade etc.

 

NUTRIÇÃO

 

>> O índice de crianças que nascem com menos de 2,5 quilos, mais de 9%, aponta para algum nível de comprometimento nutricional durante a gestação ou falhas na assistência durante o pré-natal. A prematuridade e as cesarianas também são um importante vetor do baixo peso ao nascer.

 

>> Também em relação às crianças até os 5 anos é preciso atentar para a nutrição: 4% delas estão abaixo do peso esperado para a idade; quase 6% estão acima.

 

Orientação e políticas nutricionais podem ser implementadas através de programas de visitação domiciliar e da Estratégia Saúde da Família, por exemplo. Também é importante dar mais atenção à qualidade da alimentação oferecida nas creches e pré-escolas.

 

PARENTALIDADE

 

>> Apenas 44% das mães dizem oferecer o peito aos filhos de até 6 meses, um índice muito baixo, dada a importância do aleitamento em termos de nutrição e criação de vínculos afetivos.

 

Esta é uma outra questão em que os programas de visitação domiciliar e a orientação das equipes de Saúde da Família podem ajudar.

 

PROTEÇÃO

 

>> É preocupante o número de casos de violência contra crianças de até 4 anos. Ele subiu 80% em dois anos, para 180 notificações. Esse número aponta apenas os casos que geraram atendimento médico ou hospitalar. Ou seja, há um universo bem maior de violência contra a infância, de situações que não chegaram a esse extremo. Uma vez que nesta idade as crianças não têm muita autonomia para sair sozinhas, é em casa que esta violência acontece, na imensa maioria das vezes.

 

É crucial, portanto, desenvolver programas de orientação e capacitação das famílias para práticas de parentalidade positiva, mostrando que violência não educa. Este é outro ponto em que os programas de visitação domiciliar e uma boa cobertura das equipes da Estratégia Saúde da Família podem ajudar.

 

>> Mais de 7.500 crianças no município vivem em famílias em situação de pobreza que estão fora do Bolsa Família. Este dado realça a necessidade de rever os programas de enfrentamento da pobreza no município, priorizando o atendimento de famílias que tenham crianças de menos de 6 anos.

 

EDUCAÇÃO

 

>> Hoje 37% das crianças de 0 a 3 anos está matriculada em creches. Sabemos que a socialização e atenção que as crianças podem receber ali são um impulso importante para o desenvolvimento pleno dos indivíduos. A meta proposta pelo Plano Nacional de Educação (PNE) é de 50% de crianças atendidas por creches até 2024, em nível nacional. O Índice de Necessidade de Creches (INC), metodologia que permite estimar a quantidade de vagas necessárias, aponta uma necessidade de 43,6% de atendimento no município.

 

>> Na pré-escola, o município está próximo da universalização, com 97,4% de crianças de 4 e 5 anos matriculadas. Esta etapa da educação básica é obrigatória – já foi comprovado que ela é crucial para todas as crianças por oferecer os estímulos essenciais para o desenvolvimento.

Recomendações